Intrinscidade

25.05.2012

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Algo acontece entre nós ou simplesmente existe..., a proposta apresentada em “Intrinscidades” exibe produções em diversas linguagens plásticas da arte contemporânea que nos fazem deparar com reflexões que lidam com o nosso interior. O repertório do desejo no instante da criação arquiteta até atingir o mundo externo, através da decodificação de um olhar, até então acomodado, provoca uma perturbação instigante na instância da captação, seja em forma pictórica, fotográfica ou instalativa. Em cada produção aqui exposta percebe-se esta profusão da conexão, entre a clássica razão da emoção “construída” e a expandida. Aqui, ela não chega em nuances mas explícitas da alma, do fútil e do útil.

No pensamento do filósofo, físico e matemático francês René Descartes (1596-1650), ele destaca em uma de suas inúmeras frases e questionamentos o discurso sobre a metafísica e meditações sobre nela inseridas. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável. “Penso, cogito, logo existo”, não é um raciocínio, mas uma intuição. 

Ela não trata de um objeto, mas de um ser. O cogito de Descartes, portanto, não é o ato de nascimento, mas a descoberta do domínio ontológico.

Intrinscidades é justamente sobre este fazer inerente em nós, impregnados na alma e sua extensão, surgidas em pensamentos intelectuais e da imaginação, bem como da vontade. Assim, Descartes se fecha em sua subjetividade, na sua mente, podendo supor que não existe o mundo, mas sim sua alma e ela é puro pensamento. Em nossa consciência do infinito essa percepção que o homem pode ter da divindade e da perfeição é como “ a marca do artista em sua obra”. Mais tarde Hegel afirma que é impossível o homem conhecer o infinito, pois ele só pode empregar categorias finitas. E o ser humano erra, erro que provém do juízo e no juízo o intelecto e a vontade influem, como nos trabalhos presentes nesta exposição.

Claudio Matsuno - Maio/2012

Claudio Matsuno, São Paulo, 1971 - vive e trabalha em São Paulo

Curso de Especialização em Monitoria em Artes, MAC-USP/SP - 2001
Pintura sob Orientação Bin Kondo (membro do grupo Phases nos anos 60), Fundação Bunkyo/SP - 1994-95
Artes Plásticas, Faculdade de Belas Artes de São Paulo/SP - 1993-95
Profissão: Arte-Educador e Artista Plástico

Manoel Veiga, Recife, 1966 - vive e trabalha em São Paulo
Forma-se em Engenharia Eletrônica pela UFPE (1989), tendo sido bolsista do Depto. de Física por 3 anos.
Trabalha em fábrica até dedicar-se às Artes Plásticas (1994). Freqüenta a Escolinha de Arte do Recife (1994-95) e trabalha sob a orientação de Gil Vicente (1995-97).
Estuda na Escola Nacional Superior de Belas-Artes e na Escola do Louvre em Paris, França (1997).
Participa de workshop em Nova York (1998).
Em São Paulo, estuda História da Arte com Rodrigo Naves (1999), Leon Kossovitch (2000/01) e desenvolve estudos teóricos com Carlos Fajardo (1999-2002) e com Nuno Ramos (2000).

​Luciano Carmo, São Paulo, 1977 - vive e trabalha em São Paulo
Pesquisador e artista plástico. É professor de arte na rede estadual do Estado de São Paulo.
Atualmente é mestrando e desenvolve sua pesquisa em de poéticas visuais na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Tem especialização em Linguagens da arte no CEUMA (Centro Cultural Maria Antonia, FE-USP).
Graduado em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2007) e graduação em pedagogia pelo Centro Universitário FIEO (2002).

Marta Strambi, São Paulo, 1960 - vive e trabalha em Campinas
Artista. Doutora e Mestre em Artes. Integra o Grupo de Pesquisas Estudos Visuais, Unicamp CNPQ.
Profa. do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais e da Especialização em Artes Visuais, Intermeios e Educação/Extecamp/Unicamp.
 
Mauricius Farina, São Paulo, 1961 - vive e trabalha em Campinas
Doutor em Ciências da Comunicação, ECA/USP, 2003. Mestre em Multimeios; UNICAMP, 1997.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Instituto de Artes, Unicamp, Campinas/SP
Editor associado da revista eletrônica Studium da UNICAMP,
É autor de inúmeros artigos entre os quais, se destaca "Descolamentos e Circularidade; o original é a cópia", publicado pela revista Significação nº 31 (ANNABLUME/USP).  
 
Nilson Sato, São Paulo, 1977 - vive e trabalha em São Paulo
Graduado em Design de Produto - Centro Universitário Belas Artes de São Paulo | jan 1995 - jul 1998
Formado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo em design de produtos no ano 2000.
Atuou como diretor de arte em escritórios de comunicação em São Paulo. Morou em Tóquio, onde atuou como designer gráfico por 4 anos.
Desde 2007 se dedica exclusivamente às artes plásticas.