Tiago Moraes
A imagem sobrevivente
02.06.2015
Curadoria: Xenia Roque
- Obras
- Texto
A imagem sobrevivente é uma passagem por alguns dos mais notáveis ensaios de Tiago Moraes, sugerindo um corpo de obra único entre 1993 e até os dias atuais.
Em cada obra de Tiago Moraes a ideia da transformação, ou de permanência, é visível nas peles e os tecidos que compõem uma fotografia. Presente como está na instalação “Diálogos no azul” (1997) a técnica do cibachrome traz as ressonâncias da pintura em uma foto que se desdobra quais notas de azul sobre uma partitura musical imaginaria. Tencionada por primeira vez em seu trabalho a qualidade de frame fotográfico, passamos à série “The rope and the Box”, deste mesmo ano, onde um elemento linear (the rope) desenha as passíveis respostas minimalistas (the box). “Tríptico Mãos” (2002) foca num único objetivo −o gesto− que resulta em ação performativa.
Este corpo de sua primeira fase dá lugar a “Panorâmicas” e “Fragmentos” (1999-2015) as quais parecem também agir desde um campo ampliado da fotografia, onde tempo e espaço são partes de um devir.
Para fazer uma imagem em si mesma, ou de outro alguém, existe uma via descoberta com a qual os artistas dialogam desde tempos remotos, a qual tem aproximado motivos abstratos ao nosso mundo. Com isso a opção pela fotografia compactua com a sobrevivência da imagem, segundo os ditados da historia da arte, e amplia as suas possibilidades. Definitivamente reaparece mais uma aliada da colagem, do tempo e das metamorfoses.
Curadoria: Xenia Roque, historiadora da arte e mestre em História e Crítica pela Universidade Federal, RJ atua como pesquisadora e curadora independente.