Cidade Exposta

31.07.2014

Curadoria: Marcello Vitorino

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Cidade Exposta – Desde o seu surgimento, a fotografia tem mantido uma relação intensa e plurissentimental com as cidades. Da documentação sistemática de Paris pelos olhos apaixonados de Eugène Atget à visceralidade de Miguel Rio Branco, pode-se ler as ruas como partes expostas de um corpo marcado por cicatrizes, um ser mutante que carrega um sem fim de corações pulsando com todas suas artérias e coronárias entrelaçando-se num caosque é a própria existência. E então vem o fotógrafo e sua sina poéticocatalográfica com seus devaneios atemporais: pode-se fragmentar a saudade? Que cores há na lembrança? A polifonia acontece em preto e branco? O quão labiríntico pode ser o nosso pensamento ao transitarmos por caminhos já planejados?

Em Cidade Exposta, os artistas fotografos se propuseram a pensar através da imagem, estimulados por Marcello Vitorino durante o curso Fotografia e Cidade, que aconteceu no Museu de Arte Moderna de São Paulo nesse primeiro semestre de 2014. Caminharam, leram, ouviram, viram, escreveram, sentiram. Tiveram contato com o trabalho de autores consagrados como André Kertèsz, Henri-Cartier Bresson, Walker Evans e Carlos Moreira, mas mostram eles mesmos, nesse conjunto de fotografias, suas idiossincrasias e vicissitudes. E então temos uma cidade exposta às avessas, onde o dentro e o fora são um só, tendo na fotografia uma espécie de álibi para esse encontro quase proibido em tempos de superficialidades.

Danielle do Prado, Gely Durães, Joana Dória, Jean-Pierre Gingold, Luciana Lopes, Marcelo Galvão e Roberto Ono